A Organização Mundial de Saúde recomenda o Aleitamento Materno até dois anos ou mais.

A amamentação deve ser exclusiva até os seis meses e, a partir dessa idade, complementada com outros alimentos.

E há várias razões para essa recomendação. Publicações recentes relatam as vantagens reconhecidas do aleitamento materno, não só para os bebês como também para as mães, para os familiares e para a sociedade. Assim, o aleitamento materno, como nenhuma outra prática alimentar, beneficia a saúde, o crescimento e o desenvolvimento de crianças de diferentes realidades, resultando em menor incidência ou gravidade de doenças como diarréia, bacteremia, meningite bacteriana, infecções respiratórias, otite média, botulismo, infecção urinária, enterocolite necrosante e outras moléstias infecciosas. São relatados também os possíveis efeitos protetores contra síndrome de morte súbita e doenças futuras, como diabetes mellitus insulino-dependente, linfomas, doença de Crohn, retocolite ulcerativa e demais doenças digestivas crônicas, doenças alérgicas (atopia e chiado), hipertensão arterial, hipercolesterolemia, doença cardíaca isquêmica, obesidade e outras.

O Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde publicaram, em 2004, os ”dez passos para a alimentação saudável da criança menor de dois anos”. Dentre eles deve ser destacado o segundo passo, que diz: A partir dos 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os 2 anos de idade ou mais. Assim, o leite materno produzido após o sexto mês de vida, embora ainda forneça uma parcela significativa dos nutrientes utilizados pelo lactente, já não é mais suficiente para suprir todas as suas necessidades, devendo ser complementado por outros tipos de alimentos. As propriedades de defesa contra infecções permanecem no segundo ano de vida, embora em menor grau do que no primeiro ano.

Mãe! Siga a orientação do seu pediatra e, após o sexto mês de vida, introduza gradualmente outros alimentos, como frutas, legumes e cereais, na dieta de seu filho. Não é preciso utilizar horários rígidos para alimentar o bebê, desde que você mantenha uma proporção adequada entre leite materno e alimentos complementares.

Quanto à melhor época para iniciar o desmame, sabe-se atualmente que ele é considerado parte importante da evolução da mulher como mãe e do desenvolvimento da criança (da mesma forma que sentar, andar, correr, falar). Nesta lógica, assim como nenhuma criança começa a andar antes de estar pronta, nenhuma criança deveria ser desmamada antes de atingir a maturidade para tal. Como já disse um grande pediatra, Dr. William Sears: Não limite a duração da amamentação a um período pré-determinado. Siga os sinais do bebê. A vida é uma série de desmames, do útero, do seio, de casa para a escola, da escola para o trabalho. Quando uma criança é forçada a entrar em um estágio antes de estar pronta, corre o risco de ter afetado o seu desenvolvimento emocional. Assim, o desmame deve ser natural e gradativo, atendendo às necessidades de mãe e filho. Procure refletir sobre a importância de continuar a amamentação no segundo ano, sobre a hora certa do desmame e sobre a maneira de fazê-lo naturalmente. Nós, pediatras do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo, estamos à disposição para ajudá-la e fornecer as orientações de que você necessitar.

Fonte: V. Calil- www.spsp.org.br