Nessa fase o crescimento e, principalmente, o ganho de peso são bem menores do que na fase de lactente. O que pode dar a impressão para os pais que a criança não sai do mesmo peso e que não está ganhando altura como deveria. Entretanto, isso é o esperado mesmo. Em média, nessa fase, a criança ganha:
- Peso: em média aumenta 2 kg ao ano
- Estatura: por volta de 5 a 6 cm ao ano
Nessa idade o peso e a estatura também variam muito entre crianças da mesma idade, influenciado por fatores genéticos e ambientais. Por isso não é conveniente comparar seu filho com outras crianças de idade semelhante. O importante é que a criança esteja dentro da sua faixa de normalidade nas curvas de crescimento.
Orientações e dicas importantes na alimentação da criança na fase pré-escolar
- Não aceitação de novos alimentos nessa fase é esperada. Não é por isso que novos alimentos não devem ser oferecidos, em média de 8 a 10 vezes, mesmo se houver recusa inicial. É um momento de formação de hábitos.
- O apetite, nesse momento, é extremamente variável e depende de diversos fatores (atividade, humor, temperatura, ambiente), variando de refeição para refeição e dia após dia.
- Os alimentos mais doces e calóricos podem ser mais facilmente aceitos, entretanto, seu consumo não deve ser estimulado.
-Essa é uma das principais preocupações da família em relação à alimentação da criança nessa idade. Como a criança está crescendo de forma mais devagar do que anteriormente é esperado que o gasto energético seja menor e por isso o apetite também é menor – é uma regulação que o próprio organismo da criança faz. Além disso, a criança está distraída com o “mundo” que ela está entrando em contado. Características do comportamento alimentar da criança nessa fase são a imprevisibilidade e variabilidade. A quantidade de alimentos oscila muito de refeição para refeição, algumas vezes a criança simplesmente não quer comer, e por vezes, a criança quer aceitar um ou outro alimento durante dias consecutivos – escolhe, temporariamente, alimentos preferidos. Isso pode deixar os pais extremamente preocupados e sem saber o que fazer. Comportamentos como recompensas, chantagem, suborno ou castigos não devem ser utilizados, podendo, em curto prazo, reforçar comportamentos de recusa alimentar.
- Horários: as refeições e os lanches devem seguir uma rotina de horários, com intervalo suficiente para que a criança sinta fome.
- Número de refeições: pode ser de cinco a seis refeições diárias, com horários regulares e intervalo de cerca de três horas entre uma e outra. Café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia.
- A refeição, mesmo a principal, deve ter um tempo máximo de duração. Não adianta prolongar demais o tempo para ver se a criança aceita mais e, muito menos, oferecer alimentos preferidos se ela comeu pouco.
- O tamanho das porções oferecidas deve estar de acordo com a idade e apetite da criança. Não forçar a criança a comer se ela não está com fome.
- Não utilizar a sobremesa como recompensa.
- Controlar a quantidade de líquidos ingerida durante a refeição. Se possível não oferecer líquidos durante as refeições principais.
- Não há alimentos proibidos, mesmo guloseimas podem ser consumidas desde que com moderação em relação a freqüência e quantidade.
- A criança deve ser estimulada a fazer as refeições na mesa com a família, sem televisão ligada.
- Oferecer alimentos e preparações variadas para estimular hábitos alimentares saudáveis e evitar a monotonia.
- A ingestão de leite é importante (cerca de 500 mL/dia no máximo), mas não deve substituir refeições principais.
- Limitar a ingestão de alimentos ricos em sal, açúcar e gordura. O consumo destes alimentos predispõe ao desenvolvimento de obesidade e doenças no futuro (pressão alta, diabetes, aumento de colesterol).
- Oferecer alimentos saudáveis, mesmo que haja recusa inicial, para estimular hábitos alimentares saudáveis em curto e longo prazo: frutas, hortaliças, carnes magras.
- Doença ou febre: geralmente diminui o apetite e as crianças têm preferência por líquidos na fase da doença/convalescência. O apetite voltará ao normal quando houver recuperação da saúde.
- Petiscos entre as refeições: se a criança petiscou muito antes do almoço, não terá muita fome para a refeição principal.
- Bebidas: a capacidade gástrica da criança é menor do que a de um adulto, portanto se houver ingestão de grande volume de líquidos não haverá espaço para a refeição. Deve-se limitar o consumo de líquidos durante as refeições.
- Constipação intestinal: a criança que não possui o hábito intestinal regular em geral tem dores abdominais, é mais irritada e tem menos apetite. Deve-se dar atenção especial à qualidade da alimentação e ingestão de líquidos. O pré-escolar deve comer quantidade adequada de frutas, verduras e legumes ricos em fibras para a formação do bolo fecal.
Fonte: pediatraonline.com.br