1 ano! Fase de maior independência

Nesse momento a criança já tem muito mais liberdade para se movimentar.

Quando está tomando banho, vestindo-se e escovando os dentes gosta de ajudar – o que, por vezes, vira uma grande brincadeira.

 

Preste atenção no final do primeiro ano de vida (começo do segundo ano) a maioria das crianças já iniciou o controle esfincteriano. Quando os pais percebem esse momento, devem estimulá-lo na criança, sem rigidez. Vale lembrar que não existe regra em relação ao momento nem ao modo como começa.

 

DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR: COMPORTAMENTOS E ATITUDES

DE 12 A 18 MESES

 

 

ALIMENTAÇÃO

HIGIENE

SONO

LINGUAGEM

MOTRICIDADE

RELACIONA-MENTO

COMO É A CRIANÇA?  

A criança está mais interessada no ambiente que a rodeia do que na alimentação.

Começa a fazer algumas coisas sozinha. Experimenta brincadeiras durante o banho. Espirra e bate na água. 

Permanece mais horas acordada. Necessita uma rotina com horas de sono vespertino e noturno. As descobertas podem gerar ansiedade.

Emite sons, repete palavras e mostra com gestos o que quer.

Começa a marcha  autônoma, apoiando-se nos móveis e depois anda sem apoio.

Esta etapa é uma verdadeira explosão motora. A criança é capaz de movimentar-se livremente e alcançar todos os objetos da casa. Reforça a autoestima.

 

ATITUDE MATERNA E DA FAMÍLIA

Não preocupar-se se o apetite da criança diminui. Compartilhar com ela a mesa familiar sem ensinar-lhe “bons modos”. Oferecer-lhe comidas novas e variadas e estimular o uso da colher. Evitar balas, pão e bolachas antes das refeições. Tolerar sua zanga quando estes são negados e não oferecê-los para que fique quieto durante uma birra.    

Durante o banho deixá-la espirrar água, encher e esvaziar recipientes. Permitir que colabore quando lhe colocam ou tiram a roupa.   

Definir claramente os horários de sono vespertino e noturno. Desta forma se evitam os distúrbios no clima familiar e se favorece o sono da criança

Embora não entenda tudo, deve-se falar muito com a criança. Reforçar suas primeiras palavras, dizer o nome dos sentimentos que os pais percebem que ela expressa (alegria, dor, etc.). Continuar com ordens simples e fomentar sua “colaboração” nas tarefas domésticas.  

Vigiar seus primeiros  passos para evitar acidentes. Estimulá-la a subir, trepar, descer, esconder-se, etc. para exercitar seu equilíbrio e coordenação. Pode brincar sozinha embora prefira ter alguém a seu lado. Dar-lhe cubos e outros objetos para fazer torres, encher e esvaziar, fomentar o desenvolvimento de estruturas lógicas.  

Deve-se tomar todas as precauções para evitar acidentes. Não exteriorizar angústias quando a criança cai pois isso pode diminuir seu interesse em explorar.

               

                                                                                                                                                                                                                                           Fonte: CLAP, 1996

 

                              

DESENVOLVIMENTO DOS 12 AOS 18 MESES

              Emite sons espontaneamente e começa a falar: duas ou três palavras, atribuindo-lhe significado; aponta os objetos e coisas que deseja. Tem coordenação motora para já comer a comida da casa mas começa a interessar-se mais pelo ambiente que a cerca do que pela comida. Brinca de bater, encaixar e empilhar objetos. Fica mais tempo acordada durante o dia. Aperfeiçoa o andar, começando a fazê-lo sem apoio; assim, ganha mais autonomia  fazendo com que aumente ainda mais sua atividade motora: não pára nunca. É uma fase em que se reforça a auto-estima da criança.  Começa a querer fazer coisas sozinha no banho, tenta ajudar no vestir, quer comer e beber sozinha.

O que fazer: Não se preocupe com a diminuição do apetite, o desinteresse pela alimentação é normal nesta idade! Ofereça-lhe, sem forçar, alimentos novos e variados. Estimule para que coma sozinha, sem ajuda. Coloque-a à mesa com os familiares para fazer sua refeição junto. Não exija boas maneiras.Não lhe ofereça guloseimas: doces, balas, pão, bolachas nos intervalos entre as refeições e , principalmente antes destas. Também não as ofereça como “calmante” quando a criança se mostrar “zangada”.Estabeleça claramente os horários de dormir à tarde e à noite e evite nestes momentos confusões e ruídos que dificultem o sono da criança. De preferência , avise a criança com antecedência de cerca de 20 minutos, de que o horário de dormir está próximo.Embora não seja capaz de entender tudo, converse sempre e normalmente com a criança. Reforce suas primeiras palavras, descreva os sentimentos  com palavras: alegria, dor, etc. Continue dando ordens simples e estimule sua participação na realização das tarefas domésticas.Estimule a que andar, a subir e descer, a brincar de esconder,  para  ir aperfeiçoando suas atividades motoras e exercitar seu equilíbrio. Dê-lhe brinquedos de empilhar, recipientes que possa esvaziar e encher. Costuma brincar sozinha, apesar de gostar de ter alguém ao seu lado quando brinca.Supervisione sempre, mesmo que disfarçadamente, suas atividades; o risco de acidentes nesta idade é muito elevado. Não se mostre angustiada a cada situação de risco e não imponha castigos.Ainda movimenta-se muito, melhora seu equilíbrio e sua destreza, principalmente com  as mãos, e já começa a ter algum controle esfincteriano. Continua gostando de explorar e de mexer em tudo, e lembra onde estão escondidas coisas, como remédios, garrafas e objetos de seu interesse. São comuns os “acessos de irritação” frente a situações que não consegue controlar ou resolver. Já se alimenta bem sozinha e a refeição se torna um bom momento de integração familiar.                Já emite frases simples e é capaz de cumprir adequadamente pequenas ordens. Repete muito a palavra que mais ouve: não.Começa a idade dos pesadelos durante o sono, que geralmente persistem até a idade escolar.

O que fazer: Estimule-a a comer sozinha, não se preocupe com o comer muito ou pouco. Entretanto, se isto ocorrer sistematicamente, pode significar que a criança tenha algum distúrbio ou algum problema afetivo; procure a orientação do seu Pediatra. Os hábitos de higiene devem ser incentivados para que os realize sózinha: escovar os dentes, lavar bem as mãos, etc. Quando fala, procure escutá-la com atenção, evite corrigi-la a todo instante, deixe que fale de suas emoções. Fale com ela sempre corretamente, é melhor do que corrigi-la constantemente.Procure propiciar-lhe um espaço livre e seguro para que brinque à vontade, dê-lhe brinquedos de arrastar, material para que pinte, desenhe, rasgue,  revistas com muitas figuras para que possa folheá-las.Não ligue para as “crises de irritação”, não perca a paciência, nem seja permissivo perante as mesmas; é necessário que a criança aprenda que existem limites, sem que se recorra a atitudes violentas.Acompanhá-la ao dormir, contar estórias tranqüilas e serenas e não escurecer completamente o quarto, deixando uma pequena luz acesa, facilita que concilie o sono e tenha menos pesadelos.Como se viu, em cada idade a criança desenvolve novas capacidades e habilidades, e demanda cuidados diferentes. Este desenvolvimento é um processo dinâmico e complexo, muito mais difícil de se avaliar. O acompanhamento do desenvolvimento de sua criança é fundamental para orientar sobre o que fazer. A ausência de um comportamento esperado deve chamar a atenção, sem gerar ansiedade, levando a observações mais freqüentes e a buscar a orientação do Pediatra.De um modo geral, observe sua criança procurando seguir este roteiro; procure brincadeiras carinhosas que a estimulem e facilitem o seu desenvolvimento. Não force ou estimule em demasia um tipo de comportamento, exigindo uma resposta que o momento de desenvolvimento da criança não lhe permite dar. Não estimule em excesso seu filho(a); a aquisição mais precoce de certas habilidades não é sinônimo de maior inteligência ou capacidade na idade adulta e poderá resultar numa sensação de fracasso para a criança ao não conseguir satisfazer as expectativas de seus pais e familiares.Segundo Piaget, os primeiros dois anos de vida correspondem a uma fase de reconhecimento e adaptação ao mundo exterior em que a criança busca conhecê-lo através de seus sentidos e da realização de movimentos progressivamente mais complexos. Nesta fase, e característica é o jogo funcional, onde a repetição quase exaustiva de movimentos e ações, pelo puro prazer de realizá-las, gera o aprendizado e o aperfeiçoamento progressivo. É o que denominou de Fase Sensório-Motora do desenvolvimento intelectual da criança.Assim, lembre-se de que se a estimulação excessiva é prejudicial, a falta desta e, sobretudo, a superproteção, evitando que a criança percorra as etapas de seu desenvolvimento nos momentos adequados, também prejudicará seu filho ou filha, correndo o risco de impedir a realização plena de seu potencial como ser humano.Acompanhe o desenvolvimento de sua criança; se precisar, utilize este roteiro, esclareça suas dúvidas com o seu Pediatra, e seguramente vocês se sentirão plenamente recompensados ao ver as impressionantes transformações que ocorrerão na vida de seus filhos.

 

                                                                                                                                  Adaptado, Programa de Educação em Saúde, SBP