Desde o nascimento até a puberdade a proteína é essencial para o adequado crescimento e desenvolvimento da criança.

Suas funções vão desde a composição de hormônios importantes para o metabolismo, como o hormônio de crescimento e a insulina, passando pela produção de anticorpos, essenciais para a imunidade estável e de enzimas, que aceleram as reações químicas da célula. Isso sem contar que parte da pele e dos ossos são formados por colágeno e elastina, estruturas de origem proteica e a própria musculatura que é uma rede de proteínas que dá forma e movimento para o nosso corpo.

Leite materno: composição adequada para o bebê

Dentre os alimentos que são fonte de proteína temos as carnes vermelhas e brancas, peixe, ovos, leites e seus derivados como queijos e iogurtes, além do leite materno.

Para o bebê o leite materno tem a composição ideal para seu crescimento e desenvolvimento. Há baixo teor de proteínas, cuja composição de aminoácidos é adequada às necessidades da criança, elevado teor de gordura de boa qualidade com ácidos graxos importantíssimos para o crescimento cerebral, elevado teor de lactose, que ajuda na absorção da proteína e do cálcio, contém zinco e ferro de ótima absorção pelo organismo, além de baixa carga de solutos, que preserva a função dos rins, ainda tão delicados nessa fase da vida.

O excesso de proteínas aumenta o risco de obesidade

Se a deficiência de proteínas pode comprometer o crescimento e desenvolvimento do bebê, o excesso também é prejudicial.

Diversos estudos tem demostrado que o consumo proteico elevado nos dois primeiros anos de vida está associado a uma aceleração do ganho de peso da criança, representando maior risco de sobrepeso e obesidade na vida adulta.

Uma das hipóteses que justifica essa afirmação é o fato de uma maior oferta proteica pode promover o aumento da concentração de hormônios Insulina e Fator de Crescimento Semelhante à Insulina (IGF-1) que favorecem o ganho de peso acelerado na infância.

Já é sabido que o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida e complementar até os 2 anos de idade ou mais é o mais recomendado para as crianças, para prevenir, dentre tantos benefícios, a obesidade na vida adulta.

Para mães que não amamentam, a escolha de uma fórmula infantil com quantidade e qualidade mais próxima do leite materno garante uma programação do organismo e uma resposta endócrina adequada, prevenindo o ganho de peso futuro.

A leitura de rótulos e uma conversa franca com o pediatra são boas condutas para preservar ainda mais a saúde de seu filho.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAUJO, C.M.T.; SILVA, G.A.P. Introdução da alimentação complementar e o desenvolvimento sensório motor oral. Temas de Pediatria nº 78, 2004. Nestlé Nutrição.

EUCLYDES, M.P. Nutrição do lactente: base científica para uma alimentação adequada. 2.ed.rev.Viçosa: Suprema, 2000. 488p.

EUCLYDES, M.P. Nutrição do lactente: base científica para uma alimentação adequada. 3.ed.rev.Viçosa: Suprema, 2005. 548p.

Koletzko B, Kries R, Closa R, Escribano J, Scaglioni S, Giovannini M, Beyer J, Demmelmair H, Gruszfeld D, Dobrzanska A, Sengier A, Langhendries JP, Cachera MFR, Grote V. The European Childhood Obesity Trial Study Group.Lower protein in infant formula is associated with lower weight up to age 2 y: a randomized clinical trial. Am J Clin Nutr 2009;89:1836–45

LAMOUNIER, J.A.; VIEIRA, G.O.; GOUVÊA,L.C. Composição do leite humano – fatores nutricionais. In: REGO, J.D. Aleitamento Materno. São Paulo: Atheneu, 2001.cap.5, p.47-58.

SILVA, Sandra Maria Chemin Seabra da; MURA, Joana D’Arca Pereira. TRATADO DE ALIMENTAÇÃO, NUTRIÇÃO & DIETOTERAPIA – São Paulo: Roca 2007.

Weber M, Grote V, Closa-Monasterolo R, Escribano J, Langhendries JP, Dain E, Giovannini M, Verduci E, Gruszfeld D, Socha P, Koletzko B. The European Childhood Obesity Trial Study Group. Lower protein content in infant formula reduces BMI and obesity risk at school age: follow-up of a randomized trial. Am J Clin Nutr. 2014 Mar 12.

Fonte: pediatraonline.com.br