Estimulando bebês em casa com a música - Parte 1

Seu filho gosta de ouvir música? Sente prazer em mexer o corpinho quando ouve uma canção? Pois saiba que é possível incentivar a musicalidade desde cedo e que isso só trará aspectos positivos para a vida de seu filho.

As aulas de música em escolas especializadas são uma excelente opção e podem iniciar na vida dos pequenos geralmente, a partir de 8 meses, quando são capazes de sentar sozinhos. Os professores irão desenvolver atividades variadas e específicas à faixa etária, proporcionando muito estímulo e desenvolvimento aos pequeninos. Nas aulas, o pai ou a mãe também participam e podem vivenciar momentos preciosos do seu bebê interagindo com o grupo, além de aprender também, um repertório rico de canções e brincadeiras para praticar com seus filhos em casa.

Mas se por algum motivo não for possível participar de aulas de música com especialistas, a mamãe pode estimular seu filho em casa com atividades que irão proporcionar prazer e estimular o desenvolvimento da criança.

Escolha um local em sua casa que seja seguro, arejado e sempre trabalhe com materiais que não ofereçam perigo ao bebê. Separe um tempinho da rotina diária ou semanal para essas atividades. Planeje as brincadeiras musicais que serão realizadas com antecedência.

É de suma importância utilizar canções com letra adequada e com temas do universo infantil. Tenha cuidado na escolha das gravações, arranjos e tessitura que serão utilizadas. Escolha canções curtas (canções folclóricas são muito úteis nestes momentos, como “Caranguejo não é peixe”, “Samba- lele”, “Borboletinha”, etc). Utilize fantoches e dedoches para representarem os personagens que são citados na canção. Por ser um material concreto (o fantoche), promove uma maior interação da criança com a proposta sugerida. Convém no  entanto, depois de algumas vezes manuseando os fantoches,  substituir o apoio visual pela expressão gestual e instigar a criança a reagir falando. Ao dispensar o recurso visual (fantoches), estamos estimulando a imaginação, além de promover a necessidade da comunicação verbal. Apesar de serem canções simples, são interessantes às crianças porque contam na sua grande maioria, pequenas historinhas e ajudam seu filho a entender o significado das palavras e a conexão com as ações. Por exemplo, a música “Palma, palma, palma” induz a criança a bater palmas, “Cabeça, ombro, joelho e pé” explora o esquema corporal. Canções que  estimulam a percussão corporal (bater palmas, pés, sons com a boca, etc),movimentos de correr, pular, andar, marchar não apenas trarão momentos divertidos entre vocês, como também contribuirão para o fortalecimento da musculatura , desenvolvimento do senso rítmico, da percepção  e  da coordenação motora do seu filho.

É muito importante estar atento às oportunidades de brincadeiras que surgem através das letras das canções. Muitas solicitam que mostrem partes do corpo, mandem beijos, abracem, como por exemplo, a música “Sai piaba” (folclore). É uma canção curta, simples, onde a letra sugere o movimento que deve ser feito, oportunizando momentos de afetividade entre pais e filhos, pois termina com um gostoso abraço.

A música é uma ferramenta muito eficiente para ensinarmos qualquer tipo de informações, como: números, cores, comportamentos como guardar os brinquedos, cumprimentar as pessoas, passar o brinquedo para o colega, etc.

 

Temos à disposição músicas especificas no ensino de conteúdos e regras comportamentais. Pesquisa, disposição, disciplina e planejamento são essenciais para que as atividades musicais sejam eficientes em casa.

Trabalhar com rimas, parlendas e brincadeiras infantis com os bebês são atividades indispensáveis, pois possibilita que a criança tenha contato com a linguagem de forma lúdica e prazerosa. Um exemplo é a parlenda que brinca com os dedinhos (Dedo mindinho, seu vizinho, maior de todos, fura bolo, cata piolho...) que conta os dedinhos e que termina tocando o bebê e fazendo cócegas. Os pequenos demonstram entusiasmo com atividades assim.

Conte a história contada pela música antes de cantá-la e crie efeitos sonoros para enfatizar alguns momentos. Crie gestos para fazer durante a canção. A música “A Dona Aranha subiu pela parede”, pode se tornar uma brincadeira divertida, quando o adulto pega o braçinho da criança e sobe com os dedos como se fosse à aranha.  Essa mesma canção pode ser sonorizada com instrumentos, balançando o pandeiro para representar o sol, tocando o pau-de-chuva para representar a chuva.

Brincadeiras de colo, como “Upa, upá cavalinho” são uma das brincadeiras favoritas dos bebês. O adulto pode cantar variando a velocidade da canção, ora mais rápida, ora mais devagar, para que brincando a criança perceba diferentes andamentos. Canções que brinquem de esconder e achar o bebê também estão entre as brincadeiras prediletas. Atividades em duplas, como serra-serra serrador, também são muito interessantes, pois fazem com que a criança vivencie a pulsação da música e ao mesmo tempo interagem de mãos dadas com quem está brincando com ela. São atividades simples e que atraem até os bebês mais pequeninos.

Além do repertório folclórico, atualmente temos uma infinidade de CDs produzidos por professores de música e compositores muito competentes, que muitas vezes lidam com esta faixa etária diariamente  e fazem músicas especificas para interação entre pais e filhos. Pesquise, converse com um professor de música pedindo indicação de bons materiais e selecione um repertório de qualidade para a educação musical do seu filho.

Dvds com ênfase em música são muito didáticos, mas se a intenção é também desenvolver o vínculo afetivo entre você  e seu filho, é importante que você assista com ele e enfoque alguns pontos que achar interessante no vídeo.

Cantar, dançar, brincar, é só começar! O mais importante é proporcionar a você e seu filho, momentos de prazer e diversão.  Faça isso por ele e por você mesmo. Desta forma ele vai perceber como é divertido cantar e estar com você, e naturalmente, laços afetivos recheados de boas lembranças serão construídos, de uma forma natural e eficiente, no conforto da sua casa.

Não percam a continuação deste artigo, com mais dicas de como você poderá deixar a rotina do seu filho ainda mais divertida e cheia de descobertas.

Estimulando os bebês em casa com a música - Parte 2 

Todos os pais e mães têm o desejo de melhorar o relacionamento com seu filho e ao mesmo tempo estimular seus talentos e potencialidades.

A música é sem dúvida, uma solução fácil e disponível para desenvolver habilidades musicais e outras áreas também.

No artigo anterior (Estimulando bebês em casa através da música- Parte 1), falamos sobre a importância de utilizar fantoches e dedoches nas histórias cantadas, pois possibilita uma maior interação da criança com a proposta sugerida.

As primeiras canções são simples, tendo os gestos um papel muito importante para estabelecer a comunicação entre o som e o movimento. Os gestos com bebês, não devem ser muito variados em uma mesma canção, evitando assim muito acúmulo de informações. A canção “Fui morar numa casinha”, por exemplo, atrai a atenção das crianças, por ter elementos surpresas, contar uma historinha e ao mesmo tempo ter uma parte gestual que pode ser explorada.

A matéria-prima da música é o som, portanto, trabalhar com histórias sonorizadas são sempre um meio eficiente e divertido de promover a aprendizagem.

Escolha histórias com temas na qual é possível retratar o ambiente sonoro da cena. Histórias com animais estão entre as prediletas dos bebês e crianças da educação infantil, mas explore temáticas diferentes como sons do campo, da praia, dos meios de transportes, diversificando as fontes sonoras, utilizando objetos do dia-a-dia e instrumentos musicais. As histórias devem ser bem sucintas, porém com muita expressividade, para não ficar cansativo aos pequeninos. Os sons do ambiente, quando contextualizados em uma história, tornam a experiência mais significativa e prazerosa. Imite, por exemplo, o som do patinho quando este aparecer, cante uma música que você conheça que seja curtinha sobre “pato”, utilize gestos e expressões corporais, imite o som do pato nadando na lagoa, enfim, use a criatividade para revelar diferentes ambientes sonoros através da história, treinando assim a percepção auditiva e a imaginação da criança.

São atividades simples, porém eficientes, que oportunizam uma exposição sonora que irá introduzi-lo no convívio social.

Observe também as canções que seu filho mais gosta de cantar e pense em formas diferentes de brincar. Todos os momentos podem se tornar educativos enquanto interagimos com o bebê que, assimila tudo o que vivencia. Durante o banho, por exemplo, é importante agir de forma afetiva, conversando com a criança, nomeando as partes do corpo, cantando, brincando com ela, utilizando bonecos de borracha, livrinhos próprios para serem utilizados no banho, com o objetivo de estimular a linguagem, o contato físico/afetivo e a memória musical. Existem hoje no mercado, CDs com repertórios específicos para essa faixa etária. É muito interessante conversar com um professor de música e pedir indicação de bons materiais. Temos excelentes profissionais que compuseram jogos cantados para estimular os bebês e brincar com os pequeninos. Muitos destes CDs acompanham livro ensinando as brincadeiras, tornando as experiências cotidianas mais ricas e prazerosas. Não se esqueça que o ambiente musical no qual ele estiver inserido desde sua infância de uma forma prazerosa, irá afetar diretamente seu gosto musical no futuro e o repertório que terá prazer em prestigiar na fase adulta. Portanto, uma ajuda profissional fará toda a diferença.

Apresentar instrumentos de percussão (chocalhos pequenos e leves, clavas, tambores) para que os bebês possam explorar ou acompanhar as canções, também desenvolve a coordenação fina dos membros superiores, além de, estimular a fala e a percepção para os instrumentos musicais. Os mais adequados, são os da pequena percussão, pois são leves, tem um som curto e preciso, facilitando o trabalho do desenvolvimento da pulsação na música, que é o primeiro aspecto da rítmica a ser estimulada com crianças pequenas. Até os 2 anos principalmente, as crianças costumam levar tudo o que pegam na boca (fase oral), portanto, é muito importante que os instrumentos e objetos utilizados na atividade estejam limpos, não possam ser engolidos e ofereçam segurança ao bebê. Explore tocando com músicas de diferentes estilos, toque seguindo o pulso musical seguindo o andamento da canção, toque mais forte, mais fraco, em cima, embaixo, etc.

Os momentos que antecedem à hora de dormir, devem ser momentos prazerosos e a música também é uma grande facilitadora deste processo. As canções de ninar podem ser usadas para relaxar, tocar e trazer proximidade, além de fazer com que a criança de sinta amparada e cuidada de acordo com a letra da canção.

A mamãe pode, por exemplo, escolher músicas de ninar que tenham uma melodia agradável e uma letra apropriada. Canções como “Boi da cara preta”, “Bicho papão”, foram canções feitas pelas mucamas na época da escravidão e que cuidavam muitas vezes dos filhos dos seus senhores sem a menor afetividade. Por serem curtas e terem andamento lento, foram passando de geração em geração, mas existem canções bem mais apropriadas para estimularem o sono do seu bebê do que estas, que se formos analisar a letra, mais parecem canções de terror.

Um exemplo outro exemplo de atividade simples que acalmam os bebês e que proporcionam momentos agradáveis entre mãe e filho, é a massagem relaxante com fundo musical. A mamãe pode acariciar o corpinho do bebê lentamente, nomeando cada parte, o beijando, etc., enquanto o prepara para a hora de dormir. O uso de texturas diferentes, como lã, bolinhas de algodão, bichinhos de látex, promovem um interesse especial no momento destinado às massagens, sempre conectadas à música. Pincéis com cerdas macias (pincéis de blush, por exemplo), quando passados em cima das sobrancelhas e ao redor do seu rostinho, o acalmam e o preparam para o sono.

As famílias certamente se beneficiam trazendo a música, sempre que possível, ao convívio familiar. Através dela, você pode expressar seu amor, ensinar conteúdos de forma lúdica e estreitar ainda mais os laços familiares. A música é terapêutica e é um canal muito importante para entrar em contato com seu filho de forma natural, além de prepará-lo para o mundo, reforçando sua auto-estima, sua sensibilidade e percepção auditiva, criando um ambiente mais feliz e agradável. Um verdadeiro presente de amor!

Fonte: pediatraonline.com.br