O autismo infantil, hoje chamado de Transtorno do Espectro Autista (TEA), tem como principais características a falta de reciprocidade – quando a criança não responde aos estímulos; a dificuldade de interação social e de estabelecer relacionamentos, e problemas na fala.

Descrito pelo psiquiatra Leo Kanner em 1943, hoje as características clínicas do Transtorno do Espectro Autista são mais amplas, o que torna mais fácil o diagnóstico e a intervenção precoce.

Os problemas de desenvolvimento e comportamento são diagnosticados em uma a cada seis crianças, em média. Porém, o diagnóstico dentro do espectro autista pode ocorrer entre cinco e sessenta casos a cada 10.000 nascidos. É uma doença que é três vezes mais frequente em meninos.

Geralmente, os pais conseguem identificar quando algo está errado em relação ao desenvolvimento de seu filho. Para isso, é importante que estejam atentos, pois sinais discretos de autismo podem estar presentes antes dos 18 meses de idade. Hoje se sabe que em 25% dos casos os sinais iniciam no primeiro ano de vida, 50% no segundo ano, e 25% a partir do terceiro ano de vida.

Alerta

Uma criança que apresenta comportamentos estranhos, atraso no desenvolvimento da linguagem, falta de reciprocidade e interação social, ou ainda atraso na comunicação verbal ou não verbal e um repertório restrito de atividades ou de interesses merece uma atenção especial. Em qualquer destes casos, os pais devem comunicar ao pediatra. A intervenção precoce, realizada por uma equipe multidisciplinar formada pelo pediatra, acompanhado de profissionais das áreas de psiquiatra infantil, psicologia, fonoaudiologia e terapia ocupacional é fundamental para melhorar a qualidade de vida da criança e sua família.

Atualmente, o Transtorno do Espectro Autista é considerado um distúrbio complexo do desenvolvimento, com múltiplas causas. Não existe uma conclusão definitiva sobre os mecanismos genéticos envolvidos na doença, e nem de outros fatores que agridem o Sistema Nervoso Central, como doenças metabólicas e infecções que acometem o feto durante a gravidez (rubéola, citomegalovírus, toxoplasmose).

Trata-se de uma doença complexa, com múltiplas causas e variados graus de comprometimento, que exigem um diagnóstico e intervenção precoce, possibilitando assim a redução dos sintomas com a possibilidade de aquisição da linguagem verbal e melhora da reciprocidade social, permitindo à criança maior autonomia e sua inclusão social.

 

Fonte: Departamento de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento da SBP