Subalimentação

. A subalimentação é sugerida por inquietude e choro e por um ganho ponderal insuficiente, a despeito do esvaziamento completo do seio ou mamadeira.

O grau e a duração da subalimentação determinam as manifestações clínicas. Esperam-se constipação, insônia, irritabilidade e choro excessivo. Pode haver ganho ponderal insuficiente ou perda de peso. O tratamento consiste em aumento da taxa hídrica e calórica, correção das deficiências de vitaminas e minerais e instrução da mãe na arte de alimentação do lactente.

         Alimentação excessiva.  Regurgitação e vômitos são sintomas freqüentes de alimentação excessiva. As dietas muito ricas em gorduras atrasam o esvaziamento gástrico, causam distensão e desconforto abdominal e podem acarretar ganho de peso excessivo. As dietas muito ricas em carboidratos costumam causar fermentação excessiva no intestino, resultando em distensão e flatulência e ganho ponderal muito rápido. Tais dietas podem ser deficientes em proteínas, vitaminas e minerais essenciais. Os leites com taxa calórica excessiva nas primeiras 1-2 semanas de vida provavelmente produzem fezes amolecidas ou diarréicas.

         Regurgitação e vômito. O retorno de pequenas quantidades de alimento deglutido durante ou após uma refeição denomina-se regurgitação ou golfada. Uma devolução mais completa do estômago, especialmente quando ocorre algum tempo depois da refeição, é chamado de vômito. Dentro de limites, a regurgitação é uma ocorrência natural , sobretudo durante o primeiro semestre de vida. Entretanto, pode-se reduzi-la a um nível desprezível por eructação adequada do ar deglutido durante e após a refeição, por manipulação delicada, por prevenção de conflitos emocionais e por colocação do bebê sobre o lado direito para dormir imediatamente após a refeição. Os vômitos, um dos sintomas mais comuns na lactância,  estão associados a uma variedade de distúrbios, quando freqüentes devem ser investigados.

         Fezes amolecidas ou diarréicas. As fezes do lactente alimentado ao seio são naturalmente mais moles que as do lactente que recebe leite de vaca. Do 4º ao 6º dia de vida, as fezes passam por um estágio transicional no qual são bem amolecidas e amarelo-esverdeadas e contêm muco; em alguns dias, as típicas “fezes lácteas” aparecem. Depois, o uso de laxativos ou a ingestão de certos alimentos pela mãe pode ser responsável temporariamente por evacuações amolecidas do lactente. Uma ingestão de leite excessiva de leite também pode aumentar a freqüência de evacuações e o teor de água das fezes. A diarréia aguda no bebê alimentado ao seio é incomum .

         Embora as fezes de lactente alimentados artificialmente tendam a ser mais consistentes que as de bebês alimentados ao seio, fezes amolecidas podem resultar da alimentação artificial. Nas primeiras 2 semanas de vida, a alimentação excessiva costuma causar evacuações freqüentes de fezes moles. Depois, fórmulas muito concentradas podem produzir evacuações freqüentes de fezes amolecidas.

         Constipação A consistência das fezes, e não a freqüência de evacuações, é a base para o diagnóstico de constipação. Embora a maioria dos lactentes evacue uma ou mais vezes por dia, algumas vezes o lactente elimina fezes de consistência normal apenas a intervalos de 36-48 h e alguns levam 3 a 4 para uma nova evacuação.

                  A constipação do lactente alimentado artificialmente pode ser causada por quantidade insuficiente de alimento ou líquido. Em outros casos, advém de dietas com conteúdo excessivo de lipídio ou proteína ou com volume deficiente. O simples aumento da quantidade de líquido ou  leite pode corrigir o problema nos primeiros meses de vida. Após essa idade, obtêm-se melhores resultados pelo acréscimo ou aumento das quantidades de cereais, vegetais e frutas.

         Cólica O termo cólica descreve um complexo de sintomas freqüentes de dor abdominal paroxística, supostamente de origem intestinal, e choro intenso. Costuma ocorrer  em lactentes com menos de 3 meses.

        As manifestações clínicas são típicas: o episódio começa de repente; o choro é alto e mais ou menos contínuo; os chamados paroxismos podem persistir por várias horas; a face pode estar ruborizada, ou pode haver palidez perioral; o abdome está distendido e tenso; os membros inferiores são fletidos sobre o abdome, mas podem ser estendidos momentaneamente; os pés muitas vezes estão frios; as mãos estão cerradas. O episódio pode terminar apenas quando a criança está totalmente exausta, mas com freqüência há alívio temporário evidente com a eliminação de fezes ou gases. A cólica raramente persiste após 3 meses de idade. Um médico solidário que garanta a ausência de doenças orgânicas nestas crianças, e o bom ambiente e apoio dos familiares é importante para a resolução do problema.

 

Fonte: Adaptado de Nelson Textbook of Pediatrics.