Nas fases iniciais da infância os Pediatras pesam e medem as crianças com a finalidade de analisar os padrões de crescimento e compará-los com as tabelas de referência.

Isto permite dentre outras coisas verificar se a nutrição está adequada.

Nas últimas décadas também tem servido para se observar os excessos. Nunca é cedo demais para se iniciar a prevenção. A ingestão demasiada de energia (calorias) e proteínas nas fases iniciais da infância, principalmente nas primeiras semanas de vida, são fatores que podem impulsionar um crescimento exagerado.

Este crescimento vai levar a um aumento de peso em fases mais tardias da infância. Estudos têm mostrado que o excesso de peso entre o nascimento e os dois anos de idade são de grande valor para predizer a obesidade na adolescência. Além disso, este fato também acarreta maior probabilidade de hipertensão arterial na idade adulta, bem como alterações do colesterol, diabetes e asma.

Para evitar estas intercorrências os Pediatras têm orientado os cuidadores quanto aos benefícios e efeitos de proteção da amamentação. É importante que se conscientize a todos de que os substitutos do leite materno sejam adequados, em caso de necessidade, utilizando-se fórmulas infantis próprias à idade. Dentre estas fórmulas, as mais adequadas são aquelas com teores mais baixos de proteína, assemelhando-se às concentrações encontradas no leite materno.

Quando consideramos a prevenção e o tratamento da obesidade nas crianças, a restrição energética da dieta, o aumento da atividade física e a diminuição do comportamento sedentário não devem comprometer o crescimento e o desenvolvimento. Por estas razões a manutenção do peso deve ser o principal objetivo, mais do que exigir a sua redução. Avaliações sucessivas e frequentes sem se dar extrema importância à perda de peso são medidas apropriadas.

A origem da obesidade baseia-se num desequilíbrio do balanço energético. Nas crianças o crescimento só é possível se o aporte de energia é positivo. A sobra exagerada de energia vai ser depositada sob a forma de gordura.

Em todo o mundo tem ocorrido um rápido aumento da prevalência da obesidade, principalmente devido a alterações comportamentais e do meio em que a criança vive relacionada à dieta e à inatividade. O importante aumento da obesidade tem coincidido com as mudanças de como as crianças gastam seu tempo, resultando na diminuição da atividade física e de aumento no comportamento sedentário. Isto está associado ao maior tempo gasto assistindo televisão, jogando videogames, surfando na internet e usando celulares. Este fato é decorrente de alteração no contexto político e social, com perda de espaços para recreação, falta de locais seguros para caminhar ou passear de bicicleta, uso alimentos industrializados de alto teor energético e pela falta de promoção da saúde.

O modo de ajudar as crianças a manter um peso saudável seria estimular os pais e familiares ou cuidadores a:

  • Garantir que as crianças tenham refeições regulares, inclusive com um bom café da manhã, de preferência com a companhia de adultos e sem distrações, como assistir televisão.
  • Dar atenção à criança, estimulando a comer sozinha ao invés de dar a comida.
  • Separar as refeições de outras atividades.
  • Ensinar a comer quando tiver fome.
  • Evitar classificar os alimentos como “bons” ou “ruins”.
  • Não comprar alimentos considerados inadequados.
  • Conferir os alimentos oferecidos na creche ou escola.

Por estes motivos têm-se considerado como muito importantes as intervenções nutricionais nos primeiros 1000 dias de vida (desde a concepção até os dois anos de idade), sendo este considerado um período de oportunidades de se prevenir a obesidade e suas consequências na idade adulta.

 

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